Marketing Jurídico Brasil – Inglaterra

Uma interessante reportagem do Consultor Jurídico desta segunda-feira retrata a questão do Marketing Jurídico na Inglaterra, o que nos traduz num comparativo interessante sobre aquilo que hoje temos no Brasil. Leia o artigo completo aqui.

Marketing jurídico no Brasil são um conjunto de atitudes discretas, que não podem ser confundidas com propaganda, nem mesmo próximo daquilo que chamamos de marketing tradicional.

Já na Inglaterra temos vários exemplos de marketing e propaganda que são permtidas aos advogados.

Vejam parte do artigo:

Na Inglaterra, os escritórios de advocacia até podem fazer publicidade, mas não precisam. Eles compram os clientes de empresas especializadas em recrutamento de consumidores. Escrever dessa forma pode soar forte demais, até mesmo para os defensores ingleses que tentam dar um nome mais pomposo à prática, mas a forma de recrutar novos clientes é reconhecida por lei desde 2004. Nesta semana, no entanto, o governo anunciou que quer acabar com a prática para tentar combater a cultura de litigância no país.

Há sete anos, foi legalizado o que é chamado em inglês de referral fee. Funciona assim: uma pessoa é atropelada ou sofre um acidente qualquer. Assiste na televisão um comercial dizendo que tem direitos de pedir compensação pelo acidente que sofreu ou, em alguns casos, é até mesmo contatada diretamente por caçadores de clientes que foram informados, de alguma forma, do acidente. O acidentado se convence de que pode ganhar uma indenização e procura a empresa anunciante. Esta, então, o indica para um advogado, que paga uma taxa para a empresa para poder ganhar para si o cliente.

Ou seja, temos caçadores de clientes! Imaginou esta realidade no Brasil? Sabemos que existem algumas empresas que fazem isto no Brasil, mas, em nada difundidas ou legalizadas.

Empresas buscando clientes de maneira direta como referido é um formato forte de captação e de litigancia judicial.

Todavia, seguindo a tendência de evitar a litigancia e tentar sempre a composição (tendência louvável e necessária), os ingleses estão tentando abolir justamente o referral fee.

De outra banda, questões que já usamos amplamente aqui no Brasil – como acertar honorários no ganho da demanda – estão na Inglaterra engatinhando, conforme nos demonstra o artigo:

Dentro da proposta de reduzir o número de ações no país, um dos pontos que já foi apresentado pelo governo e está sendo discutido no Legislativo britânico é o sistema no win, no fee. Como o próprio nome indica, se o cliente não ganha, não paga nada para o seu advogado. Ou seja, ele pode recorrer à Justiça sem medo porque, se perder, não paga nada. Soma-se a isso o estímulo da publicidade para que cada um peça indenização por qualquer dano e o resultado é uma chuva de ações judiciais.

Dentro do sistema no win, no fee, para que os advogados não saíam perdendo, existe a chamada taxa de sucesso, paga pela parte acusada sempre que ela perde. O objetivo dessa taxa é compensar o profissional pelos outros casos em que ele atuou, mas, como não obteve sucesso, não ganhou nada. Na prática, por exemplo, alguém é atropelado e quer processar o motorista. Na Justiça, ganha indenização por danos morais. O motorista, então, ou a sua seguradora precisa pagar a indenização, os honorários e a tal taxa de sucesso para o advogado da parte vencedora. Já se o atropelado perde, não ganha e nem gasta nada.

A proposta do governo é fazer com que a pessoa que ajuíza a ação seja obrigada a pagar a taxa de sucesso para o seu advogado, e não a outra parte que está sendo processada. A mudança seria uma maneira de fazer com que cada um pensasse duas vezes antes de recorrer à Justiça por pedidos que, muitas vezes, não fazem sentido.

A proposta apresentada pela tal taxa de sucesso é um honorário de sucumbência as avessas. Pagar honorários de sucumbência ao próprio advogado por pedidos sem sentido é uma tentativa desesperada de evitar ações na justiça.

O que você pensa a respeito do marketing jurídico?

Concorda com a visão inglesa? Acredita que devemos copiar suas ideias aqui no Brasil?

Qual(is) sua(s) sugestão(ões) para tal?

Debater o assunto é fundamental para o crescimento dele!

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Artigo escrito por Gustavo Rocha – Diretor da Consultoria GestaoAdvBr
http://www.gestao.adv.br gustavo@gestao.adv.br

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