Nesta semana foi divulgada a notícia que os advogados poderão ter um cartão de crédito exclusivo, chancelado pela OAB. Leia aqui.
Vamos exercitar o raciocício: O Tribunal de Ética veda que o advogado receba seus honorários via cartão de crédito, quer que o profissional fique a mercê dos caloteiros com cheques e notas promissórias, sob o prisma de que receber honorários no cartão de crédito é mercantilizar a advocacia.
E ter um cartão de crédito da OAB o que é?
Ao meu ver, cartão de crédito é apenas uma modalidade de pagamento. Receber pelo cartão ou com cheque não faz diferença. Aliás, em todo o mundo o cheque está em desuso.
Se posso facilitar ao meu cliente pagar uma causa em 10 parcelas no cheque, porque não poderia ser em 10 vezes no cartão de crédito? Só porque o cartão de crédito dá segurança de pagamento?
Temos que olhar a nossa volta: O mercado está mudando, se desenvolvendo.
Cada vez mais estamos conectados a tecnologia, cada vez temos clientes mais informados e consciente de seus direitos, e a advocacia fica inerte, olhando para um passado de Rui Barbosa que não volta mais.
Precisamos de profissionais competentes, sim.
Precisamos de profissionais distantes do mercantilismo barato, sim.
Contudo, precisamos de profissionais sabedores do seu espaço no mercado.
O cartão de crédito é um exemplo do que precisamos renovar. Entretanto, precisamos mais.
Precisamos dar mais informação ao nosso cliente. Precisamos estar utilizando a tecnologia a nosso favor e não ser sucumbido por ela. Precisamos da gestão interna (fluxos, procedimentos) e externa (CRM, Marketing Jurídico) para que nossos objetivos sejam alcançados.
Seja consciente de seu escopo profissional. Converse com sua OAB, seu conselheiro, conhecido, colega, etc. Somente poderemos mudar quando estivermos unidos e fortes no propósito de adequarmos a advocacia ao mercado e não o contrário.
O Sr. está com toda a razão. Concordo com todas as suas afirmações.
Realmente o Tribunal de Ética precisa se atualizar, pois isso parece mais reserva de mercado do que atuação contra a mercatilização.
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Obrigado pelo comentário Diogo. Vejo o boleto assim como o cartão, é apenas um meio de pagamento e não um afronte e convite ao mercantilismo. Temos que ser práticos e proteger a nossa classe dos maus pagadores.
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Aproveitando o assunto, o que pensa sobre a utilização de boleto bancário para a cobrança de honorários?
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