Um interessante artigo de Eduardo Najjar na Exame.com retrata as fases de ciclo de uma empresa familiar.
A realidade brasileira é que mais de 90% das empresas são familiares e a grande maioria sequer pensa em sucessão, em definir papéis, em saber como vai ser o amanhã e por aí vai.
A maioria é Zeca Pagodinho: Deixa a vida me levar…
Ganham dinheiro, sobrevivem e em alguns casos dá certo…. Contudo, na grande maioria, não suportam da segunda para a terceira geração.
São verdadeiros “cases” de sucesso que sucumbem não na economia, no mercado, etc…. Acabam fechando as portas justamente por aqueles que deveriam mantê-las abertas: Pelas decisões da direção.
Neste sentido, uma grande problemática é de misturar a empresa com a família. Trazem de casa as brigas, debates e picuinhas a um ambiente em que outras pessoas precisam conviver, em bom português, vira a casa da mãe Joana e ninguém se entende… Isto quando terceiros não resolvem se aproveitar destas situações para obter proveito próprio…
Bem, vamos aos ciclos:
Uma empresa familiar de sucesso é aquele que trabalha em harmonia com os vários estágios de sua evolução: empreendedorismo, sobrevivência, crescimento, governança, renovação e declínio.
Cada uma dessas fases tem seus próprios desafios e fatores diferenciadores que determinarão a viabilidade do negóco, a longo prazo.
É possível observar-se um roteiro, identificando transições organizacionais críticas, bem como as armadilhas do negócio, que crescem em tamanho e complexidade à medida que a empresa cresce.
Primeira Fase: Empreendedorismo
Nesta fase inicial, o fundador declara que está explorando uma oportunidade de negócio e que está muito motivado para levá-lo adiante. O fundador vê a oportunidade onde muitas pessoas não vêem.Seu foco é a viabilidade do negócio, ou seja, encontrar clientes suficientes para apoiar a existência da empresa. A família é, muitas vezes, o principal fornecedor de mão de obra da empresa.
Segunda Fase : Sobrevivência
A empresa desenvolve um grau de formalização de sua estrutura e estabelece suas próprias competências distintivas. O principal objetivo, aqui, é gerar receita suficiente para continuar as operações e financiar o crescimento suficiente para que o negócio mantenha-se competitivo.Terceira Fase : Crescimento
Nesta fase a empresa se concentra em aumentar sua participação no mercado , apresentando produtos e serviços novos e inovadores ao mercado; expandindo sua operação para outras regiões; atraindo financiamentos para suportar seu crescimento.Caso o fundador consiga superar os problemas apresentados pelo próprio crescimento, pela expansão, o negócio continuará a crescer e se beneficiará da sinergia entre herdeiros e pais.
Quarta Fase : Governança / Maturidade
A mudança do modelo de poder concentrado em uma só pessoa, para aquele em que os herdeiros deverão trabalhar juntos, com sinergia, para tomar decisões que beneficiem a empresa e não apenas os seus interesses pessoais .Nesta fase , a governança deve colocar ênfase em princípios como transparência, responsabilidade e justiça. Caso estes princípios não sejam observados, poderão surgir conflitos de difícil resolução, com grande chance de colocar em perigo a sobrevivência do negócio da família e , muito provavelmente , a harmonia e a unidade familiar.
Quinta Fase : Renovação
A empresa cria o desejo voltar a operar com um modelo “mais magro”, com menores custos. As equipes deverão promover a inovação, trabalhando com criatividade, que poderá ser obtida através da utilização de uma estrutura de tomada de decisão mais descentralizada.Sexta Fase : Declínio
A empresa entrará nesta fase, caso predominem: a política organizacional e busca do poder; caso os membros da família controladora do negócio pressionem a gestão, mais preocupados com as metas pessoais do que as metas da empresa.Em algumas empresas familiares, a incapacidade de atender às demandas externas de uma Fase anterior, poderá levá-la a um período de declínio em que experimentará falta de lucro e perda de participação de mercado. Neste caso, o controle e o processo de tomada das principais decisões tendem a retornar a um punhado de pessoas , da mesma forma como o desejo por poder e influência nas fases anteriores, corroeram a viabilidade do negócio.
E você, sócio de empresa familiar, se vê em qual ciclo/fase?
Dá para notar claramente que tudo que sobe, desce, não é mesmo?
E o que você tem feito para mudar isto?
Você pretende construir algo para daqui 10, 20, 50 anos ou para daqui a 100 anos?
E diga sinceramente: Dá pra separar o pessoal do profissional?
Com a palavra você, leitor.
#LeitornaResponsa
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Artigo escrito por Gustavo Rocha
Sócio da GestãoAdvBr – Consultoria em Gestão e Tecnologia Estratégicas
Sócio da Bruke Investimentos
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