No twitter do amigo Alexandre Lindoso (@alexandresl) houve uma indagação nesta quinta-feira dia 17/12:
Marca não é uma entidade que paira no vazio. http://migre.me/eqfz Como aplicar esses conceitos à advocacia?
Aceitei responder a ele, então seguem algumas ideias:
Já escrevi sobre este tema em duas oportunidades. Acesse aqui e aqui.
O texto indicado pelo Alexandre tem princípios fundamentais em qualquer profissão e cito sua relação com a advocacia.
O texto aduz:
Em suas palestras mais recentes, o senhor tem comentado sobre o anti-branding. Quais os erros mais comuns cometidos por empresas brasileiras?
São os seguintes – embora não sejam cometidos apenas por empresas brasileiras e nem sejam os únicos:
A. Mudar constantemente de fornecedor de serviços de comunicação. Em nome de negociações que achatam o valor dos serviços prestados por essas empresas, elas têm sido substituídas com muito maior frequência do que o desejável. As grandes marcas sempre tiveram relações estáveis e duradouras com suas agências de comunicação. Fiquei sabendo há pouco tempo que os grandes tenistas sempre tiveram poucos técnicos em sua carreira. Acho que isso também vale para o processo de construção de marcas de prestígio e de valor. Relacionamentos fragmentados com vários fornecedores de comunicação levam a resultados inconsistentes.
B. O segundo erro é o que eu denomino de “vaidade corporativa”. Um sentimento de soberba que impede a empresa de olhar para suas marcas com o ponto de vista do cliente, do consumidor. É a suposição de que a visão dos principais executivos é plena e capaz de compreender o que acontece no mercado. O Louis Gestner, ex-IBM, sempre dizia que a mesa de nosso escritório é um lugar muito arriscado de onde se observar o mundo e o mercado. Falta de humildade ou vaidade corporativa alimentam o anti-branding.
C. O terceiro é o erro do “tapume”. É imaginar que a marca é um tapume que revela a empresa apenas do lado de fora e esconde quem ela é da porta da rua para dentro. Os projetos que temos desenvolvido pela Bright House Brasil (uma empresa do Grupo Troiano de Branding), deixam muito claro que o público interno das organizações é constituído de apóstolos da marca. Se eles, antes de qualquer outro stakeholder, não forem convertidos e compreendam os princípios e os valores que pautam a vida da marca, dificilmente a empresa fará bem isso da porta da rua para fora.
D. O quarto é o sentimento exagerado de propriedade que o departamento de marketing tem sobre a gestão da marca, como se ela fosse uma capitania hereditária desse departamento. Os trabalhos que temos feito no Grupo Troiano mostram que todos, literalmente todos, os colaboradores de uma organização têm algo a dizer a respeito desse tema. Mesmo que sua contribuição não seja decisiva, o fato de ouvi-los cria uma natural relação de cumplicidade e fortalece o sentimento de orgulho corporativo.
Na advocacia temos algo similar (comento ponto a ponto do exarado acima):
a. Não mudamos de fornecedor de propaganda, mas mudamos de fornecedores de papel, telefonia, etc. Ao invés de negociarmos, deixamos a cargo de nossos funcionários estas preocupações e em um ano temos muitos e muitos fornecedores diferentes. Falta-lhes fidelidade ao nosso negocio. Falta-lhes identidade com o nosso objetivo. Preço é importante mas não é a palavra final.
b. Apenas afirmar que porque sou advogado a x anos e isto garante a minha marca é não pensar na sua marca de maneira adequada. O fato da existência de uma banca de advocacia com x anos ou com uma marca boa no mercado é sinal de que ela deve ser investida, deve ser monitorada, com ações assertivas e não passivas.
c. Neste quesito vale a máxima: De nada adianta a propaganda se internamente não fazemos aquilo que demonstramos ser. Precisa explicar mais?
d. Os escritórios devem aprender a ouvir seus funcionários, conversar sobre suas ideias, objetivos e principalmente visão. Já obtive soluções de problemas complexos dentro de uma visão simples de alguém acostumado com a operação e não com a estratégia. Me faz lembrar este post.
Não basta ler e nada fazer. Lembre-se que a única forma de solucionar é agir, é ser verbo, é ser transformação.
E você? Como vê a marca do seu escritório?
Responda este questionamento e mude em 2010 a visão de si mesmo!