O problema dos camelos

camelosA advocacia é uma profissão intrigante.

Estuda-se anos e anos a fio, busca-se conhecimento em várias áreas além do próprio direito e muitas vezes a solução do “causo” do cliente está além do próprio direito.

Penso que um dos fatos mais claros é a maturidade da idade e principalmente a maturidade profissional, já que ambas podem correr separadamente.

Quando adquirimos alguma maturidade profissional percebemos que nada sabemos ou que muito pouco adianta o que sabemos e que devemos muito buscar mais e mais o conhecimento, mas não apenas o conhecimento jurídico, principalmente o conhecimento de vida, de relacionamentos, de solução efetiva da causa e não apenas mais um processo no escritório.

Como muito bem já dito: Daria tudo que sei pela metade do que ignoro. René Descartes.

Então, divido um belo exemplo, em que o direito em nada ajudou para solução do causo, mas sim a simples, pura e bela matemática.

Isto mesmo, aquela matemática que com certeza foi o motivo que você ingressou na faculdade de direito: Para fugir dela!

Vejamos:

O problema dos 17 camelos

Um homem, que tinha 17 camelos e 3 filhos, morreu.

Quando o testamento foi aberto, dizia que: metade dos camelos ficaria para o filho mais velho,
um terço para o segundo e
um nono para o terceiro.

O que fazer?

Eram dezessete camelos;
como dar metade ao mais velho?
Um dos animais deveria ser cortado ao meio?

Tal não iria resolver, porque um terço deveria ser dado ao segundo filho.
E a nona parte ao terceiro.

É claro que os filhos correram em busca do homem mais erudito da cidade, o estudioso, o matemático.

Ele raciocinou muito e não conseguiu encontrar a solução, já que a mesma é matemática.

Então alguém sugeriu: “É melhor procurarem alguém que saiba de camelos, não de matemática”.

Procuraram assim o Sheik, homem bastante idoso e inculto, mas com muito saber de experiência feito.

Contaram-lhe o problema.

O velho riu e disse:
“É muito simples, não se preocupem”.

Emprestou um dos seus camelos
– eram agora 18 –
e depois fez a divisão. Nove foram dados ao primeiro filho, que ficou satisfeito.
Ao segundo coube a terça parte – seis camelos –
e ao terceiro filho foram dados dois camelos – a nona parte.
Sobrou um camelo:
o que foi emprestado.

O velho pegou seu camelo de volta e disse:
“Agora podem ir”.

Esta história foi contada no livro “Palavras de fogo”, de Rajneesh e serve para ilustrar a diferença entre a sabedoria e a erudição.
Ele conclui dizendo: “A sabedoria é prática, o que não acontece com a erudição.
A cultura é abstrata, a sabedoria é terrena;
a erudição são palavras e a sabedoria é experiência.”

17+1= 18
1º filho- 18/2= 9
2º ” – 18/3= 6
3º ” – 18/9= 2
9+6+2= 17 camelos

(está cumprido o testamento)
18-17=1
sobrou 1 camelo que foi entregue de volta ao seu proprietário.

Depois de resolvido, parece simples. Antes de ser resolvido, parece insolúvel.

Por este exato motivo, o momento ideal para contratar os seus honorários é antes de resolver o problema do cliente, senão irá parecer que tudo foi muito simples e tudo que é simples, tem valor baixo (o que é um contra senso, pois o simples é sempre muito mais complexo de ser conseguido).

Então, #ficaadica:

Cobre seus honorários antes, busque soluções simples e use e abuse de conhecimentos multidisciplinares. A advocacia agradece.

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Article write by Gustavo Rocha

GestãoAdvBr CEO – Consultancy on the Strategic Management and Technology

Bruke Investimentos CEO – Business, Valuation, M&A, Opportunities, Market Business and more.

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6 comentários sobre “O problema dos camelos

  1. Gustavo, grande abraço e parabéns pelo artigo!
    Nunca é demais lembrar que as soluções mais simples nem sempre se dão porque a questão jurídica a ser dirimida é simples. Depende sempre da iniciativa, criatividade e talento de quem vai resolver a pendenga jurídica, por mais rápido que seja. Se não se cobra honorários antes, a impressão que fica para o cliente é que a solução foi simples e não houve tanto trabalho, o que não justifica. Um feliz ano novo!

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  2. Dr. Gustavo, parabéns, muito legal seu artigo, ainda mais que estamos iniiando um novo ano de trabalho, é bom estarmos atentos aos nossos sagrados honorários. Espero que todos os nossos colegas de profissão possam contratar excelentes honorários nesse ano, lembrando do seu artigo. Um abraço.

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